Trafegamos anonimamente pelas ruas das cidades, cada um com suas preocupações, com suas vontades, com seus desejos, com seus sonhos, trabalhando, estudando, rezando, orando, divertindo, servindo. A verdade é que somos todos passageiros dessa vida e carregamos no nosso íntimo, nossas qualidades, nossos defeitos, nossas fraquezas, porquanto não somos perfeitos.
Normalmente enxergamos as pessoas só pelo lado de fora, ou seja, pela aparência. Dificilmente ou quase nunca procuramos conhecer ou ver as pessoas intimamente. Constituímos com esse procedimento um desafio à nossa sensibilidade que anda tão alheia ao interior das pessoas, desconhecendo a grandiosidade das coisas por elas realizadas e que passam despercebidas aos nossos sentidos.
Imaginamos muitas vezes que nossos semelhantes não têm problemas, são mais felizes, vivem num verdadeiro mar de rosas, são mais fortes, mais capazes. Ledo engano. Todos nós temos nossa fortaleza, nossos momentos de paz, de alegria, de felicidade, mas, em contrapartida, temos também nossos problemas, nossos momentos de incerteza, de intranqüilidade, de desespero, de dor.
Por vezes, apreciamos só os afazeres cotidianos das pessoas. Desconhecemos as atividades praticadas por elas fora da normalidade e, essas, pela grandeza de espírito, fazem, servem ao próximo e nada propalam, permanecendo no anonimato. Aí está o verdadeiro valor do ser humano.
Certa ocasião, abordamos o tema circulação sangüínea, numa aula de biologia. Naquela oportunidade falamos sobre o sangue, sua composição, do trabalho silencioso e admirável da circulação que ninguém vê, mas que se processa o dia todo, a vida inteira, hemorragia, transfusão, grupos sangüíneos, e questionamos os alunos: quem na vida não teve uma pequena hemorragia, seja através do rompimento de um vaso no nariz, de um corte na pele, ou mesmo em uma cirurgia? A totalidade manifestou-se positivamente.
Enaltecemos, naquele momento, o ato de solidariedade praticado pelos doadores de sangue, aqueles que no anonimato fazem doações para salvar vidas quando ocorrem grandes hemorragias. Seres que não aparecem no jornal, revista, televisão ou qualquer outro meio de comunicação, mas que de tempo em tempo, vão graciosamente a um banco de sangue, num hospital, doar aquele líquido de cor vermelha que circula por todo o corpo humano através de artérias, veias e vasos, acionado pelo coração, órgão tão propalado, cantado e declamado pelos poetas e apaixonados, do tamanho de um punho, localizado no centro do tórax que, com suas sístoles e diástoles, bate em média 70 vezes por minuto, num total de 100.000 vezes por dia, fazendo circular os 5 litros de sangue que um ser adulto possui, com a função de nutrir, respirar, excretar, defender o organismo.
Essas pessoas são extraordinárias. Doam vida para salvar vidas. Doam pelo prazer de doar, de servir diante da compatibilidade sangüínea e por amor à vida.
Embasados no tema enfocado, trouxemos para perfilar hoje em nossa coluna, GENTE DA TERRA, alguém como nós que diariamente circula pela cidade, realizando compromissos, cumprimentando transeuntes, entrando e saindo dos lugares, anonimamente, mas de grande respeitabilidade pela profissão de professor que exerce e pelas doações sangüíneas que fez ao longo da vida para salvar vidas.
É o PROFESSOR SEBASTIÃO TEIXEIRA CAMPOS, filho de Orlando Campos e Maria Conceição Teixeira, nascido em Lavras- MG, em 06/03/1947.
Seus pais foram operários da Companhia Fabril Mineira.
Sua infância foi vivida na rua da Fábrica, perto do campo do Fabril, clube que é a sua maior paixão, juntamente com o Cruzeiro, desde aquela época. Futebol era e continua sendo seu esporte preferido. Seus filhos herdaram suas habilidades para com a bola, além de outras. Naquele clube jogou ao lado do Sabará, Claudinho, Lúcio, Dario, José Maria, Júlio Victorino, e tantos outros, amigos de infância. Ali também soltou pipas, jogou finco, brincou de pique, de bolinha de gude.
Estudou as quatro primeiras séries na Escola Estadual Álvaro Botelho. Das quatro últimas do primeiro grau, cursou duas no Seminário Dehonista de Lavras e as duas últimas bem como o segundo grau, no Seminário, na Escola Apostólica Sagrado Coração de Jesus, Corupá, em Santa Catarina. O curso superior de Matemática, na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Varginha. Pós-graduação, Lato Sensu, na Universidade Gama Filho, no Rio de Janeiro. Participou de uma infinidade de cursos de aperfeiçoamento, seminários e encontros por todo o Brasil. Proferiu palestras. Escreveu livros.
Já no tempo de universitário lecionava Matemática em várias escolas de Lavras e região, angariando pela sua sabedoria, pelo seu jeito simples de ensinar, a simpatia, o respeito e a admiração dos alunos. Formado, continua seu mister até hoje, quando se aproxima da aposentadoria.
Como sabemos, a arte de ensinar enobrece, mas é trabalhosa. Nosso personagem, em determinadas épocas do ano, chegava a dar 60 aulas por semana, consumindo, dessa feita, seu tempo da manhã, tarde e noite.
Lecionou Matemática no Colégio Nossa Senhora Aparecida, de 1966 a 1985. No Colégio Nossa Senhora de Lourdes, de 1967 a 1970, Na Escola da Comunidade Pedro Sales - CNEC, de 1965 a 1974, no Colégio São José, em Nepomuceno, de 1968 a 1972, no Colégio Tiradentes, de 1970 até hoje, no Instituto Superior de Ciências Artes e Humanidades de Lavras - UEMG, de 1971 até hoje, na Faculdade de Administração de Empresas e Educação Física do Instituto Gammon, de 1990 a 1996, no CEVEST.
Exerceu ainda as funções de diretor pedagógico no CEVEST e no Colégio Tiradentes. Ocupou cargos em administrações públicas, prestando ali, sua contribuição.
Algumas passagens marcaram e marcam sua vida. Quando estudou no Seminário em Corupá, foi colega dos padres: Herculano, Marcos, Zezinho (padre cantor), com os quais tinha uma estreita relação de amizade. O Cursilho, em 1971. O seu trabalho de EMAÚS, do qual é presidente do Secretariado juntamente com sua esposa Neusa. Não esquece dos companheiros que partiram, professor Odilon Campos, do comerciante Jorge Alvarenga, do Frater Ciríaco, que faziam parte de sua equipe de EMAÚS. Do chimarrão no Colégio Nossa Senhora Aparecida em companhia dos amigos. Dos Padres Sérgio, Moreno, do professor José Martins, o Deco, e de tantos outros. Da mesa redonda na Funerária Carvalho, dos jogos do Fabril, do Cruzeiro, dos professores do Gammon x Aparecida, dos filhos na seleção.
Mas a vida não é só trabalho. Em 1966, nosso personagem conheceu no mais belo jardim das Minas Gerais, Praça Dr. Augusto Silva, Neusa, com quem se casou em 04/07/1970. Desse casamento tiveram os filhos: Luciano (médico), Luiz Flávio (fisioterapeuta), Alexana, que vai conceber o primeiro neto e, Miguel, a rapa do tacho, que cursa a oitava série.
Nosso personagem é uma pessoa extremamente simples e caseira. Aprecia uma TV, um clube para participar e curtir com a família, trabalhar e servir ao próximo.
Recebeu muitas homenagens por onde passou.
Durante quase toda a sua vida adulta, professor Sebastião Campos, carinhosamente chamado de Prof. Tiãozinho, além dos seus afazeres profissionais, se colocou à disposição do BANCO DE SANGUE, doando regularmente o líquido da vida para salvar outras vidas. Muitas e muitas pessoas foram salvas pelo gesto de grandeza de nosso personagem. Como dissemos no início, conhecemos e distinguimos as pessoas apenas pelo lado externo, pelo lado de fora. Muitas das vezes desconhecemos o OUTRO LADO, o lado interior que é onde estão guardados todos os sentimentos do ser humano. É como diz o poeta: “O ESSENCIAL É INVISÍVEL AOS OLHOS”.
Nossa homenagem ao nosso personagem e a todos os DOADORES DE SANGUE, verdadeiros heróis anônimos.
“O filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar sua vida em resgate por muitos”. Mat. 20-28b.
O PROFESSOR SEBASTIÃO TEIXEIRA CAMPOS é GENTE DA TERRA.
EXALTAÇÃO DO SER - UMA FORMA DE SERVIR
Existem coisas e mais coisas maravilhosas entre o céu e a terra. Olhemos ao nosso redor. Apreciemos. Não procuremos só as aparências, só a beleza externa, mergulhemos fundo nosso olhar, na interioridade, na essência, para vermos as riquezas encobertas muitas das vezes pelo silêncio, pela timidez, pela simplicidade, pelo não-belo. Para enxergá-las, usemos os olhos da alma, do coração e não somente os olhos da face que, às vezes, nos traem, impedindo-nos de ver coisas ocultas extraordinárias.
Vejamos e descubramos as qualidades, os vestígios não aparentes que permanecem fechados, quase sempre, impenetráveis, como num mistério insondável.
Saibamos ver, admirar, sentir, viver, as maravilhas que existem e seus detalhes.
Um diamante lapidado faz cintilar a luz, seja na idealização de um brinco, de um colar, de um anel, de um broche, mostrando sua exuberância, fascinando-nos, mas, quando pedra bruta, não desperta em nós o mesmo encanto.
A sublimidade do amor que as pessoas sentem pelas outras, ou mesmo, por algo, é espantosa, mas ninguém vê, ninguém sente se não for manifestada, exteriorizada.
A rosa se torna bela quando, de botão, se transforma em flor.
As cataratas e cachoeiras dão seus shows estonteantes na natureza, após a união de milhões de gotículas d’água que nascem de uma fonte, se juntam e deslizam leito abaixo.
O fascinante arco-íris simbolizando a aliança dos homens com o Senhor, surge no céu, pela decomposição da luz solar ao encontrar gotas de chuva que se transformam em pequenos prismas e promovem aquele espetáculo celestial.
A beleza do nascer e do pôr-do-sol acontece pelo movimento da terra. Parasse de girar, ficaríamos impossibilitados de admirá-los.
Uma vida só vem ao mundo através de um momento e de um ato de amor.
Amor.
O amor é a fonte de tudo. O mundo seria muito melhor se as pessoas se amassem mais, servissem mais, esquecessem os pecados capitais, olhassem para dentro de si, para se enxergar e enxergar o próximo que está tão perto.
Com este intróito, trouxemos para perfilar hoje em nossa coluna, GENTE DA TERRA, alguém que tem e sente uma imensa alegria de servir ao próximo, pelo prazer de compartilhar, de amar.
É o JORNALISTA E RADIALISTA HERCULANO PINTO FILHO, filho de Herculano Pinto de Miranda e Ana Paulina de Melo Pinto, nascido em Lavras, MG, em 02/12/1926.
Sua infância foi vivida pouco abaixo de sua casa que ficava na rua Barão do Rio Branco, nas imediações do Gammon, na praça Dr. Jorge, debaixo de lindas paineiras e tantas árvores que ornamentavam aquele lugar. Ali soltou pipas, brincou de finco, pique, jogou futebol com os amigos Paulo de Souza, Dante, Orestes, Isnar e tantos.
Um fato notório chamou a atenção quando ainda contava com aproximadamente 8 anos de idade, segundo informação de sua irmã Nina. Certa vez, o médico, Dr. Paulo Menicucci, profissional gabaritado da medicina, homem de grande eloquência em suas falas, fora à casa de nosso personagem fazer uma consulta em seu pai que se encontrava enfermo. Em dado momento, após aquela, o médico indagou: “E você Herculano, o que vai ser quando crescer?” Herculano respondeu: “Vou ser como o senhor”. Isto é, um orador.
Assim, estudou as quatro primeiras séries do primeiro grau nas Escolas: Escola Estadual Álvaro Botelho e Escola Estadual Firmino Costa. As quatro últimas, no Colégio Nossa Senhora Aparecida. Foi o aluno fundador e número um a se matricular naquele estabelecimento de ensino. Como seu pai ajudava na reconstrução daquele educandário, ganhou uma bolsa de estudo. Fez a primeira série do segundo grau no Instituto Gammon, onde foi colega de Glícia, que mais tarde viria ser sua esposa. Fez uma pequena interrupção nos estudos e, logo em seguida, fez o supletivo, concluindo, assim, o segundo grau. Estudou Direito até o quarto ano.
Quedado às artes, à música, como os demais familiares, foi matriculado na Escola de Música da Euterpe Operária, onde foi aluno do saudoso professor José Luiz de Mesquita. Ali aprendeu as primeiras notas musicais e a dedilhar o seu querido violoncelo, que o acompanha até hoje. Teve oportunidade de participar do conjunto da Inah Goulart como contrabaixista.
Na juventude praticou muito esporte. Preferencialmente o futebol. Inicialmente jogou como centroavante, mas terminou mesmo como goleiro titular da Associação Olímpica de Lavras. Jogou sob o comando do técnico Erasto, seu sogro, e ao lado de grandes craques do passado como: Tarley Fantazzini, Nequinha, Dico, Rui Canedo, Dalmir, Julinho Sidney, Carnot, Serginho, outros. Lembra com saudade do jogo contra a Colômbia que marcou época e terminou em empate de 1 a 1.
Participou e defendeu as cores das agremiações esportivas: Associação Olímpica de Lavras, Fabril Esporte Clube e Associação Atlética Ferroviária.
Em São João Del Rei, onde prestou Serviço Militar fez parte das equipes de basquete e vôlei do Atlanta, juntamente com Tarley Fantazzini, Colmar e outros. Dirigia o Atlanta, naquela época, o técnico Tufy Hallak.
Uma vitória inesquecível nesse tempo de esporte foi a conquista de uma torcedora assídua aos seus jogos - Glícia. Há 48 anos casaram-se. Deste casamento nasceram os filhos: Ana Augusta, Júlio Henrique, Alexandre César, Renato Alceu, Márcia Elizabeth, Flávia Cristina, Erasto Wagner, Frederico Nylman. O casal tem 21 netos e 2 bisnetas.
Em 1948 iniciou sua carreira profissional na imprensa como locutor da Rádio Cultura e colaborador do Jornal “A Gazeta”, vindo a ser mais tarde redator do mesmo. Nesta mesma área jornalística, em data recente, foi diretor do Órgão Oficial do Município de Lavras, no governo de Jussara Menicucci.
Foi redator, noticiarista, locutor e repórter de externa da Rádio Itatiaia, de Belo Horizonte.
Participou da equipe esportiva, ao lado do locutor Orlando Batista e foi apresentador de programas de auditório da Rádio Mauá do Rio de Janeiro.
Trabalhou na Rádio Jornal do Brasil como redator e locutor de radiojornalismo.
Foi funcionário da Rede Mineira de Viação por um lapso de tempo e da 5ª Inspetoria Regional Florestal, do Ministério da Agricultura, onde se aposentou.
Na área política, Herculano foi oficial de gabinete de 2 ministros do Trabalho. Laborou com Almino Afonso e Amaury Silva, ao lado de Hugo Castelo Branco, chefe de gabinete de ambos.
Assessor do prefeito Maurício Pádua.
Em Lavras, foi vereador por várias legislaturas, duas das quais fora presidente. Como vereador foi autor de vários projetos-leis, transformados em Leis: Feira Livre, Academia Lavrense de Letras, Biblioteca Infantil “Meirinha Botelho”, Escola Municipal “Prof. José Luiz de Mesquita” e o CODENORTE (Comissão de Desenvolvimento da Zona Norte da Cidade).
Como um dos mais brilhantes e eloqüentes oradores das Gerais, recebeu em praça pública, em nome do município, personalidades como: Assis Chateaubriand, Juscelino Kubitschek, Príncipe de Orleans e Bragança, Bias Fortes, Santiago Dantas, Israel Pinheiro e tantos outros, merecendo desses os mais rasgados elogios pela sua capacidade vernácula e oratória.
Apresentou importantes eventos artísticos culturais realizados em Lavras, como: a Orquestra Sinfônica Brasileira, dirigida pelo maestro Eleazar de Carvalho, os artistas Procópio Ferreira, Nelson Freire, Arnaldo Marchezotti, Ladário Teixeira, Tito Schipa, Servulino Reis, Orquestra Tapajós, Orquestra Sinfônica da Polícia Militar, Orquestra Sinfônica de São João Del Rei.
Entrevistou inúmeras autoridades e pessoas do povo.
Narrou oficialmente as comemorações cívicas em Lavras, anos seguidos.
Foi orador oficial do dia 7 de Setembro na gestão da prefeita Jussara.
Foi presidente do Coro Mariano; co-fundador dos Alcoólicos Anônimos de Lavras ao lado do Antônio Fernandes (Kanela); Relações Públicas da Euterpe Operária; Associação Olímpica de Lavras e de várias entidades.
Como artista de teatro, fez parte do elenco da SOLCA ao lado de outros artistas lavrenses como: Terezinha Gadoni, Olímpio Máximo, Hoseid Bertolucci. Participou das encenações das peças Chuvas de Verão, Os Dois Sargentos, Os Inimigos Não Mandam Flores, através do Retiro Literário do Colégio Nossa Senhora Aparecida, do qual foi seu fundador e primeiro presidente.
Na Rádio Cultura fez parte de sua equipe esportiva como narrador, comentarista, juntamente com José Jorge, José Orlando, Itamar Mazochi, José Silvério, Reinaldo Murilo. Foi apresentador do programa Clube do Guri, outros.
Atualmente, continua exercendo suas atividades profissionais na Rádio Cultura de Lavras, com o programa de sua criação “FIGURAS E FATOS DE NOSSA TERRA”, líder em audiência no horário das 11:00 às 12:30, levado ao ar de segunda a Sexta-feira.
Nesse programa, além de demonstrar sua alta capacidade de expressão, divulga com um jeito agradável, notícias e acontecimentos de Lavras e do mundo, procurando ajudar as pessoas menos favorecidas pela sorte, com campanhas, doações de cestas básicas, remédios, internações, pedidos de emprego, sendo atendido pelos lavrenses, além de enviar aos ouvintes, músicas, mensagens de fé, de amor, encorajando-os para os embates da vida. Esta qualidade de servir, Herculano herdou de seus pais que sempre faziam campanhas para os pobres.
Nosso personagem tem sido presença obrigatória em todos os acontecimentos artísticos, sociais, esportivos, pela sua facilidade e grande poder de comunicação, assim como pela sua inteligência e talentos admiráveis.
É o Demóstenes da Athenas Mineira.
Modesto, não gosta de promoções pessoais, vive com simplicidade porque sempre gostou de servir, mas ninguém como ele, tem promovido Lavras e sua gente durante todos esses anos.
O JORNALISTA E RADIALISTA HERCULANO PINTO FILHO é GENTE DA TERRA.
DESAFIO
Enquanto ouvíamos e viajávamos nas ondas sonoras da música New York, executada pelos músicos da Banda, em uma visita que fizemos ao Oitavo Batalhão, meditávamos sobre o tema em epígrafe.
Quantos desafios a vida nos propicia.
Desafio do nascer, do aprender a andar, a falar, a escrever, a nadar, a andar de bicicleta, de skate, de carro, a pilotar, a conhecer coisas nunca antes reveladas, a desvendar segredos, a decifrar mistérios, a conquistar, a sobreviver.
Desde o nascimento até a morte, temos que vencer desafios para conseguir nossos sonhos e aspirações neste mundo fantástico e embriagador, de realidades, mas repleto de fantasias e ilusões.
Temos que vencer barreiras, ultrapassar limites, viajar no tempo, percorrer caminhos, atingir objetivos, vencer desafios.
Cada um de nós tem uma missão a cumprir pela vontade do Senhor. Não viemos ao Universo por acaso.
Assim, em harmonia, unindo corações, vontades, realizando tarefas, fazendo-nos irmãos, dignificamos a Deus, explicitamos a solidariedade humana e atingimos nossos sonhos.
Não é dominando, não é escravizando, não é pisando em cima dos outros que subiremos, atingiremos nossos objetivos. Mas é amando, servindo, compartilhando que iremos vencer desafios e florir nossos caminhos, com a ajuda de nossos irmãos.
Vencer é o seu, o meu, o nosso objetivo. É o desejo de todos nós, mas, não a qualquer preço ou a sacrifício do nosso semelhante.
Entretanto, não faltarão em nossa caminhada, aqueles que não pensam assim, os que, abandonados em si próprios, no egoísmo, buscam através de formas escusas, eliminar quem os objete, tentando dizimar os que lutam por uma causa justa.
Retiremos de nossa mente, de nosso coração, de nossa trajetória, a fogueira das vaidades, porque esta só nos conduzirá ao nada, ao vazio, à solidão.
Alimentemo-nos de mensagens edificantes, de exemplos positivos, de amor, façamos de nossa vida um exemplo de vitória aos desafios que ela nos apresenta.
Juntos, haveremos de vencer e de encontrar sempre a razão de viver sobre o planeta Terra, para fazer deste mundo fantástico e extraordinário, nossa verdadeira morada terrena.
Com estas palavras, trouxemos para perfilar hoje em nossa coluna, GENTE DA TERRA, nosso personagem que certa vez ouviu do sargento Hélio dos Santos, seu pai, já falecido, que nasceu em 11/07/32, exatamente no dia em que foi criado o 8º BPM, em Lavras, a seguinte mensagem: “Agora que você foi aprovado no Departamento de Instrução - (DI), lembre-se de que hierarquicamente você é um superior, mas não se esqueça nunca da humildade, do amor, da solidariedade que norteiam nossa família e, as utilize sempre, para com seus pares e semelhantes”.
É o TENENTE CORONEL HÉLIO DOS SANTOS JÚNIOR, filho do saudoso sargento Hélio dos Santos e Jadete Ana dos Santos, nascido em Lavras - MG, em 09/08/1961.
Descendente de família humilde, muito cedo, precisamente aos nove anos de idade, iniciou suas atividades laborais como engraxate nas proximidades do Hotel Mazza e dos Estabelecimentos Zakhia, para auxiliar no orçamento doméstico.
Sua infância foi vivida praticamente na Vila Placídio, na rua Antônio Carvalho. Ali, ao lado de seu irmão Edson, dos amigos Eustáquio, Harley, Tarley e de tantos outros, jogou futebol, brincou de pique, soltou pipa, jogou bolinha de gude.
Aos treze anos, através de uma solicitação feita por seu tio Jonas, funcionário das Casas Vitórias, ao proprietário Ênio Wilden, foi admitido para trabalhar naquele estabelecimento comercial. Permaneceu no emprego até os dezessete anos de idade. Com aquele empresário aprendeu muito. Até mesmo o tão propalado Controle de Qualidade, tão difundido nos dias atuais.
Estudou as quatro primeiras séries do primeiro grau, na Escola Estadual Firmino Costa. As quatro últimas e o segundo grau, no Colégio Tiradentes da Polícia Militar.
Trabalhava durante o dia, e, à noite, estudava.
Fez o Tiro de Guerra de Lavras, na segunda turma de l979.
Aos dezoito anos fez concurso na Polícia Militar de Minas Gerais, no antigo DI, hoje, Academia de Polícia Militar, para oficial, tendo sido aprovado.
Formado, como aspirante, foi trabalhar em Contagem. Naquela cidade, encontrou o Capitão Luiz Machado Damas, hoje reformado, que lhe deu todo apoio profissional.
Durante sua vida profissional, vem fazendo cursos como: Aperfeiçoamento de Oficiais, Pós-graduação em gerenciamento de micro e pequena empresa, pela Universidade Federal de Lavras - em andamento, Curso de Direito pela UNIFENAS - Campus de Campo Belo - 5º período, participação em diversos seminários e cursos de informática, gestão empresarial e de qualidade total.
Na Polícia Militar exerceu as funções de Comandante do Pelotão de Lagoa Santa, de 1983 a 1986, atividades no Gabinete do Governador Newton Cardoso, de 1988 a 1990, chefe do Departamento de Pessoal do 8º BPM, de 1992 a 1993, comandante da 6ª Cia. de Polícia Florestal, de 1994 a 1996, subcomandante do 8º BPM, de 1996 a 1998, e comandante do 8º BPM, a partir de 06/03/98, sendo responsável pelas atividades de segurança pública preventiva em 56 municípios, área de jurisdição da Unidade, com um contigente aproximado de 900 militares.
Em 1983, quando trabalhava pela Polícia Militar, em Contagem, no socorrimento aos desabrigados pelas chuvas do final de 1982, conheceu Márcia Aparecida Freitas dos Santos, vindo, com ela, contrair matrimônio em 1984. Aqui um parêntese: para se casar, como ambos eram militares, sua esposa se demitiu da Polícia Militar, porque à época, não se permitia, internamente, o relacionamento entre militares, tendo inclusive de indenizar o Estado pelo Curso de Sargentos que freqüentara em 1981.
Desse casamento tiveram os filhos: Marina e Renato Freitas dos Santos, com 15 e 12 anos, respectivamente.
Como Comandante do 8º BPM vem realizando um brilhante trabalho, valorizando e recebendo de seus comandados, retorno profissional, digno da gloriosa corporação do Alferes Tiradentes.
Realizou durante seu comando a construção de um moderno Stand de Tiro, de uma moderna Academia de Ginástica, de um Canil, a recuperação completa do Campo de Futebol, realizações operacionais de sua equipe, manutenção do índice de criminalidade entre os mais baixos da região Sul de Minas. Em andamento, a construção da Transitolândia, nas dependências do 8º BPM, uma antiga aspiração comunitária que visa ensinar e educar as crianças para o trânsito.
Pretende ainda qualificação profissional pessoal e dos policiais militares, qualidade no atendimento à população, harmonia entre os membros da equipe de trabalho e também dos seus familiares.
Pelo excelente trabalho desenvolvido junto a Policia Militar de Minas Gerais, foi agraciado com as medalhas: Mérito Militar, Mérito Profissional, Alferes Tiradentes - Comenda de maior destaque na Polícia Militar do Estado.
É membro da Loja Maçônica Deus e Caridade 7ª de Lavras.
Sua lhaneza de trato, seu jeito tranqüilo de ser, sua firmeza em comandar e decidir, caracterizam-no como um verdadeiro líder da corporação, daí o sucesso de sua administração conseguido ao lado de seus auxiliares diretos, de oficiais a recrutas.
É um lavrense a comandar o 8º BPM, o que honra, sobremaneira, Lavras e sua gente.
Para nosso personagem trouxemos a seguinte passagem bíblica, lembrando o conteúdo da mensagem de seu pai:
“Bom renome vale mais que grandes riquezas,
a boa reputação vale mais que a prata e o ouro,...”.
Provérbios-22-1
O TENENTE CORONEL HÉLIO DOS SANTOS JÚNIOR é GENTE DA TERRA.
DROGA
Um tema que assusta, ameaça e causa estrago.
Dentre os males que assolam a humanidade, as drogas, constituem, indubitavelmente, um capítulo à parte, pois levam destruição às pessoas, aos lares, às comunidades.
Diariamente, através dos noticiários da TV, rádio, jornais, notícias e mais notícias são dadas sobre tráfico, apreensão, uso, prisão, morte, por causa das drogas.
Falam sobre cocaína, maconha, craque, inalantes e em menor intensidade, sobre o álcool, o cigarro, drogas, hoje em dia, muito consumidas, causando grandes prejuízos, fazendo chorar, fazendo sofrer.
Quantas famílias desestruturadas, arrebentadas, destruídas por esta maldição da droga.
Quanta infelicidade, quanta tristeza, quanta intranqüilidade.
Muitas das vezes, pessoas ficam insensíveis a tais acontecimentos porque ainda não vivenciaram e não sabem a dor que sentem aqueles acometidos por esse drama.
Entretanto, existem muitos que se preocupam e se dedicam por inteiro ao combate e a recuperação a esse problema. Isoladamente ou, através de entidades, desenvolvem um trabalho herculíneo no sentido de tratar ou de erradicar este mal do seio da comunidade.
São pessoas sensíveis, solidárias, altruístas, que amam o próximo, que gostam e sentem bem em servir. São pessoas que se satisfazem e se realizam espiritualmente com as ações que praticam.
Se não existissem essas pessoas, essas entidades, como e onde as famílias iriam procurar refúgio, proteção, amparo, nas horas de desespero, de dor?
Nossa comunidade é uma comunidade privilegiada, pois, além de contar com as entidades que prestam serviços de tratamento e recuperação, tem um filho que ao longo dos anos vem trabalhando incansavelmente contra as drogas para livrar as famílias deste grande pesadelo.
Por isso, trouxemos para perfilar hoje em nossa coluna, GENTE DA TERRA, o lavrense, o maior cientista especializado em drogas do país, para que possamos conhecê-lo melhor, bem como, o brilhante trabalho que realiza.
É o PROFESSOR DOUTOR JOSÉ ELIAS MURAD, filho de Elias Murad e Labibe Murad, imigrantes libaneses, nascido na cidade de Ribeirão Vermelho, na época, distrito pertencente ao município de Lavras, em 31/10/1926.
Seus pais tinham a maior loja de comércio da localidade e abastecia por meio de vendas a créditos anotados em cadernetas, a maioria dos habitantes do pequeno distrito ferroviário.
Sua infância e parte da juventude felizes foram vividas ali, nadando no rio, brincando, jogando bola, admirando a velha ponte, sob o som das águas do Rio Grande, vendo as chegadas e partidas do vapor, admirando as noites enluaradas, assistindo filmes no cine do José Ryffe, desfrutando da amizade de vários meninos como Toinho, Guelinho e Zezé Patto, Mário Moreira, Zé da Gama, Tonho Azarias, Antônio Zanoli, Antônio Sanábio, Rubens e Romeu Ramalho, Antônio Murad e principalmente seu primo Ari Murad.
Estudou o primário na Escola da D. Honorina Rocha Novaes, as quatro últimas séries do primeiro grau e o segundo grau, no Instituto Gammon.
Jogou futebol no Ferroviário Esporte Clube - fundado por seu irmão Antônio Murad Sobrinho e, cujos principais adversários eram a Olímpica e o Fabril de Lavras. As disputas eram tão acirradas que os habitantes da localidade que vencia uma partida ficavam duas a três semanas sem ir a outra cidade com medo de “apanhar” de seus torcedores mais fervorosos.
Enquanto estudava, trabalhava na loja de seu pai, mas não tinha queda para o comércio. Gostava mesmo era de estudar. Sua mãe e sua irmã mais velha, Julieta, o apoiaram muito para que fosse estudar o então curso científico, no Instituto Gammon, em Lavras. Seu pai não queria e, por isso, só se inscreveu no último dia, tendo chegado 15 minutos depois de fechado o guichê, que se o Bi Moreira não o tivesse reaberto para ele, teria perdido a inscrição. Até hoje, Elias Murad se pergunta o que teria acontecido se não fosse a tolerância daquele que, depois, se tornou um dos seus grandes amigos.
Em 1943, sua família mudou-se para Lavras e Elias Murad terminou o seu curso secundário, em 1945, no Instituto Gammon, tendo, logo em seguida, viajado para Belo Horizonte, juntamente com dois grandes amigos, José Hugo Castelo Branco e Mário Veiga Reis, prestando exame vestibular. Elias Murad, o de Farmácia, e os outros dois, o de Direito.
Na época mudou-se para Varginha, para onde somente ia nas férias escolares. Chegou a jogar futebol pelo Flamengo de Varginha e, certa vez, disputou uma partida contra Três Corações, cujo goleiro era Dondinho, pai do Pelé.
Em Belo Horizonte fez os Cursos de Farmácia, de Medicina e de Química, tendo, nessa época, morado em uma república de estudantes que se chamava República Nepomuceno. Nela Reveri e Antônio Baracho brincavam dizendo que José Hugo seria Governador de Minas, Mário Veiga, um grande criminalista, como seu tio João Pimenta da Veiga e, José Elias, um grande cientista. Em parte as previsões foram acertadas, pois José Hugo chegou a Ministro da Indústria e Comércio no Governo Sarney, Mário Veiga foi um dos grandes colaboradores do seu tio, e Elias Murad é considerado hoje, o maior cientista especializado em Drogas do País.
Casou-se com D. Mirtes, falecida já algum tempo. Tiveram dois filhos: Mário (in memoriam) e José Elias Murad Filho.
Prof. Doutor José Elias Murad é médico, farmacêutico, químico e jornalista. Doutor em Farmácia pela UFMG, é professor Emérito da referida Faculdade. É professor Titular de Farmacologia da Faculdade de Ciências Médicas de MG, tendo sido seu diretor durante 14 anos. Foi catedrático de Química e Reitor do Colégio Estadual de Minas Gerais. Fez Curso de Especialização sobre Psicotrópicos na Faculdade de Medicina da Universidade de Paris, de Bioquímica Cerebral na Universidade do Texas (USA) e de Planejamento Familiar na Faculdade de Medicina da Universidade do Colorado (USA). Foi bolsista do “American College of Physicians” (Colégio Americano de Médicos), como Professor Visitante de vários Departamentos e Unidades Universitárias especializadas no tratamento de dependentes de drogas. Representou o Brasil em vários Congressos Internacionais de Psicofarmacologia e Toxicologia como em Goteborg (Suécia)m em Viena (Áustria), em Atlanta (Estados Unidos), em Moscou (Rússia), em Praga (Checoslováquia), em Paris (França), em Tóquio (Japão) e outros.
Já fez mais de 1.050 palestras sobre medicamentos, e principalmente prevenção do abuso de drogas. Tem vários livros publicados nas áreas de drogas e medicamentos, sendo que alguns deles já ultrapassaram a tiragem de mais de 50.000 exemplares. Além disso, apresenta dezenas de monografias sobre os mesmos assuntos e centenas de artigos.
Em 1986, foi eleito Deputado Federal Constituinte, tendo sido reeleito Deputado Federal em 1990 e 1994, permanecendo como parlamentar até 1988. Como parlamentar conseguiu vitórias expressivas. Assim, várias de suas emendas constitucionais foram aprovadas e hoje estão incorporadas à Carta Magna: o art. 243 e o seu parágrafo único que dispõem sobre o confisco dos bens dos traficantes, destinando seus valores aos órgãos que cuidam da prevenção e do tratamento de usuários, forma emendas de sua autoria na Assembléia Nacional Constituinte. O seu projeto que restringe o uso e a propaganda comercial do tabaco, bebidas alcoólicas, medicamentos, agrotóxicos e terapias, que regulamenta emenda de sua autoria, está inserido na Constituição brasileira (parágrafo 4, art. 220), foi aprovado pelo Congresso Nacional e sancionado pelo Presidente da República, e é a primeira lei restritiva a nível nacional nesta área no Brasil.
Seu projeto de lei que estabelece a nova política de drogas para o Brasil foi recentemente aprovado pela Câmara dos Deputados. Já fez mais de 400 pronunciamentos sobre os temas mais variados de saúde e da educação, principalmente nas áreas de medicamentos e drogas. Foi presidente de três comissões temporárias e permanentes, incluindo a CPI do Narcotráfico e também presidiu o GRUPPAD (Grupo Parlamentar para a Prevenção do Abuso de Drogas).
É o fundador e Presidente da ABRAÇO (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA COMUNITÁRIA DE PREVENÇÃO DO ABUSO DE DROGAS), entidade filantrópica cuja sede se encontra em Belo Horizonte, MG, já tendo sete regionais no interior do Estado: Varginha, Lavras, Governador Valadares, Elói Mendes, Teófilo Otoni e Pouso alegre.
José Elias Murad teve sua biografia nas últimas edições do livro internacional “Who is Who in the World”, (“Quem é quem no mundo”).
O PROFESSOR DOUTOR JOSÉ ELIAS MURAD é GENTE DA TERRA.
CAFÉ - “O OURO VERDE”.
Nada melhor do que tomar um café gostoso pela manhã, acompanhado de um pão com manteiga, biscoito, bolo, ou mesmo, deliciá-lo durante o dia, ou à noite, no balcão de um bar ou em uma reunião.
O café faz parte da vida do brasileiro e de outros povos.
Ele é um produto originário da Etiópia e fora trazido para o Brasil por Francisco Melo Palheta, plantado inicialmente no Pará, dali originando todas as lavouras brasileiras do gênero. O café adaptou-se muito bem aqui pela semelhança do clima.
É um arbusto da família das Rubiáceas, gênero Coffea, com numerosas espécies e variedades.
A partir de sua chegada, ele é plantado nas encostas, em terrenos planos, colhido, peneirado, ensacado, armazenado, embarcado, vendido para o consumo interno, exportado em grande escala para outros países, quer seja em grão, quer seja industrializado (solúvel), e, daí, até às mesas dos consumidores para degustá-lo e apreciá-lo.
O café é um dos principais produtos agrícolas de exportação do Brasil, gerando grande fonte de renda e divisa para o país.
Diversas variedades são cultivadas e, através dessas, são comercializadas. Normalmente são produtivos até aos 20 anos.
O aprimoramento do plantio, com produtos de qualidade, tem permitido ao Brasil não perder a preferência dos consumidores mais exigentes.
O Brasil já liderou o comércio mundial do café e ainda hoje continua sendo um dos maiores produtores dessa grande riqueza nacional.
O café é uma bebida fina servida em quase todo o mundo.
Não se admite a ausência desse produto nas mesas brasileiras.
Falando no nosso delicioso café, queremos, neste momento, convidá-lo a tomar uma xícara de café quentinho, enquanto falamos de nosso personagem que desfila em GENTE DA TERRA, o qual esteve e ainda está no ramo desse produto através de seu filho, comercializando-o há vários anos.
É o COMERCIANTE JOSÉ AZEVEDO BOTELHO, filho de Silvério Botelho e de Ana de Azevedo Botelho, nascido em Lavras, em 12/12/1912.
Na intimidade é chamado de Zé do Silverinho por causa do pai.
Estudou as quatro primeiras séries do primeiro grau na Escola Estadual Firmino Costa, no tempo do professor Orozimbo Mello, e as quatro últimas no Instituto Gammon, à época do Dr. Samuel Rhea Gammon, guarda dos professores e especialmente do Dr. Gammon, boas recordações e lições de vida.
Sua infância e adolescência foram vividas em Lavras, especialmente na rua Firmino Salles, onde nasceu, e adjacências. Foi uma criança como todas as outras. Brincou, estudou e trabalhou.
Ainda rapaz foi tentar a vida em Belo Horizonte, indo trabalhar no escritório da Atlantic. Permaneceu por lá algum tempo e depois de um grande aprendizado, retornou a Lavras.
Em 1929, montou em Lavras, seu próprio negócio de Secos & Molhados. Seu comércio ficava nas imediações de sua casa, onde é hoje a casa do Geraldo Theodoro.
Tempos depois, adquiriu de “Martins Costa”, firma do Vivinho Botelho, um torrador e um moinho de balcão, passando a negociar também no ramo de café. Nessa época, algumas pessoas já exploravam esse tipo de negócio em Lavras: Álvaro de Carvalho, Geraldo Santana, seguidos de José Leônidas, Gil Avelar, Sirley, outros.
Naquele tempo, o café não era empacotado a vácuo e nem era acondicionado em embalagens como as de hoje, que mantêm a qualidade, dando maior segurança ao produto. Ele era vendido em saquinho de papel.
Também o maquinário daquela época era todo manual. Não havia eletricidade e por essa razão eram contratados muitos funcionários.
Com a chegada da eletricidade, máquinas modernas foram construídas e passaram a substituir a mão-de-obra do homem, gerando desemprego.
Inicialmente o café beneficiado pelo nosso personagem chamava-se: “Café Ideal”, depois, “Café Ideal de Lavras”, e, finalmente, “Café Lavras”.
Homem de negócio teve além do comércio de Secos e Molhados, da Torrefação de Café, uma Fábrica de Macarrão, que funcionou na antiga fábrica do Maurício Zakhia, na rua Chagas Dória, adquirida de José de Carvalho, que havia comprado daquela família.
Mais tarde, nosso personagem adquiriu o imóvel, tendo-o recentemente transferido para o Rex.
Com o passar do tempo, desativou a fábrica de macarrão e instalou a torrefação no Distrito Industrial, onde permanece até hoje, sob a direção do seu filho Cláudio.
Com seus negócios gerou empregos e serviu à comunidade lavrense.
Em 1938, contraiu núpcias com Carmelita Monteiro Botelho. O casal teve os filhos: Cláudio Joel, José Silvério, Tadeu e Maria Aparecida.
Durante toda sua vida conta com o total apoio e dedicação de sua esposa, seu braço direito.
José Botelho é um homem simples, de poucas palavras, mas, realizador. É admirado e respeitado pelos vizinhos, amigos e pela comunidade.
Na altura de seus 88 anos, bem vividos, ainda gosta de fazer uma caminhada pela cidade para admirar e enaltecer o progresso de Lavras. Gosta também de ouvir músicas antigas para matar saudades que são tantas do tempo de outrora.
Antigamente havia poucas marcas de café. Hoje há um sem número delas, de Lavras e de outras cidades, espalhadas pelo comércio.
Para concluirmos nossa conversa aceita mais uma xícara de café?
Trouxemos para nosso personagem, do boletim do Rotary Club de Londrina Norte, a seguinte mensagem:
“Não queira tornar-se um sucesso como homem, mas procure tornar-se um homem de valor. Um homem de valor dá mais à vida do que recebe dela. Se você pretende enriquecer, lembre-se de que, antes do saldo no banco, o que faz o homem rico é o coração. Somos ricos pelo que somos e não pelo que temos”.
O COMERCIANTE JOSÉ AZEVEDO BOTELHO é GENTE DA TERRA.
O GRANDE TRIBUNO
Mais uma vez vamos viajar no túnel do tempo.
Lembramo-nos da aula de História Geral do professor Tito discorrendo sobre o Império Romano, suas duas capitais, Roma e Constantinopla, as guerras, os grandes conquistadores, imperadores, as classes sociais, os tribunos, as ruínas que testemunham e fazem-nos reviver que ali viveram e morreram impérios, e que Roma esteve e está presente nos maiores momentos do mundo, com a arte, com a religião, com a história.
Embebidos com suas explanações, nossa imaginação era transportada pelas asas do pensamento e ouvíamos no ar, a voz dos grandes tribunos no Fórum Romano, os cantos de Virgílio, as páginas esculturais de Lívio, tudo isso a penetrar o íntimo de nosso ser.
Sentíamo-nos inebriados pela forma gostosa que expunha seus conhecimentos históricos através do seu jeito simples de falar. A verdade é que, sem sair do lugar, aportávamos lá.
O tempo passou e, para nossa alegria, certa vez, fizemos uma viagem pela Europa em companhia da família Mazzochi, centralizando nosso passeio na Itália, terra natal da família daquele patriarca. Obedecendo a um roteiro traçado pelo inesquecível amigo Sérgio, fomos, Mazzochi, Itamar e nós, conhecermos de perto tudo aquilo que um dia o professor havia dito em sala de aula e tivemos a oportunidade de ler nos livros.
Na Europa conhecemos alguns países como Portugal, França, Espanha, Suíça e Itália, aonde vimos obras de arte magníficas, mas, diferentes das belezas de nosso país.
Emocionamo-nos com as ruínas, com os templos, com as cidades, com as pessoas. Lembramos o passado.
Na Itália, dentre tantas cidades, visitamos Roma, a “Cidade Eterna” com o Coliseu, cujos restos imponentes permitem ainda admirar o antigo esplendor daquela obra, iniciada no ano 72 D.C por Vespaziano e concluída por seu filho Tito, em 80; o Fórum Romano, lugar que extasiava a todos por sua rara beleza; a Itália em si, berço das civilizações, do direito, e, pela nossa formação acadêmica jurídica, trouxemos à mente, os grandes nomes Precursores do direito, dos tribunos que por ali perfilavam, homens de invejável cultura, vestidos com suas túnicas brancas, os quais ali discursavam e defendiam suas teses.
Dentre tantos nomes históricos, o tribuno Cícero (Marcus Tullius Cícero), que viveu AC. “Pai da eloqüência romana”, orador e político romano, autor de discursos famosos com Verrinas e Catilinárias, se destacou e chamou a atenção. A eloqüência com que se expressava era tamanha que prendia a atenção desde o mais inculto ao mais sábio. No momento em que discursava, podia se ouvir até um inseto planando no ar, tal era o silêncio a imperar.
Se hoje vivemos e respiramos um espírito democrático amadurecido é porque tivemos no passado, antecessores que viveram momentos de tempestade e de bonança para nos legar harmonia e equilíbrio através do tempo.
Com este intróito, trouxemos para perfilar hoje, na coluna GENTE DA TERRA, um dos grandes tribunos das Minas Gerais, “O Rouxinol da Athenas Mineira”, um dos decanos dos advogados de Lavras que tem sua vida vocacionada na sublime missão de servir na defesa dos direitos.
É o GRANDE TRIBUNO - ADVOGADO DR. FRANCISCO RODARTE, filho de Rodartino Rodarte e Umbelina Alvarenga Rodarte, nascido em Lavras, em 23/08/1930.
Sua infância foi vivida aqui em Lavras, brincando, nadando, jogando bolinha de gude, rodando pião, chutando bola, soltando papagaio, ao lado de muitos amigos que o acompanharam vida afora: Geraldo Bertolucci, Antônio Russi, Aroldo, Paulão, Chimango, Fábio Cartaxo, Caio Múcio.
Estudou as quatro primeiras séries do primeiro grau na Escola Estadual Firmino Costa. As quatro últimas, no Instituto Gammon, e o segundo grau, no Colégio Nossa Senhora Aparecida.
Em 1954 foi para a Cidade Maravilhosa e Capital da República prestar vestibular de Direito na Faculdade Cândido Mendes, que, à época, era uma extensão da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Formou-se em 1960. Foi orador da turma, tendo proferido seu discurso nas dependências do Teatro Municipal, local escolhido para aquela solenidade, sob a assistência do patrono Carlos Lacerda, do paraninfo, Desembargador. Sandy Cardoso de Gusmão, do músico Odilon, outras autoridades e personagens ilustres que abrilhantaram aquele evento o qual marcou época. Um fato que até hoje permanece vivo em sua memória são as palavras de sua professora lavrense d.Sebastiana Fontes, que lá esteve e assim se manifestou: “Que tamanha felicidade assistir a formatura de um aluno e vê-lo discursar como orador no Teatro Municipal do Rio de Janeiro !“.
Dr. Francisco, homem inteligente, além do curso de Direito, fez ainda o curso de Jornalismo e quando estudante foi orador oficial da União Nacional dos Estudantes, no tempo em que aquela era presidida pelo, hoje, Ministro José Serra.
Em janeiro de 1963, através da Nená, filha do saudoso Julinho do bar do Cine Municipal, Francisco conheceu Sônia Aparecida Monteiro Rodarte, estudante do Colégio Nossa Senhora de Lourdes e, candidata a Miss Lavras, com quem se casou no dia 30/05/64.
O saudoso Juiz de Direito, Dr. Valadão, do qual nosso personagem era amigo, foi testemunha desse amor. Pela manhã, enquanto Francisco aguardava o término das aulas do Lourdes, para se encontrar com Sônia, ficava dialogando as sombras das árvores do jardim da Praça Dr. Augusto Silva com aquele.
O casal teve quatro filhos: Nize, Nieta, Neto, Négis, e, sete netos. Nize, casada com Raimundo, Nieta, casada com Adriano Pereira Barros, Dr. Neto (médico) casado com Ana Paula e o Dr. Négis (advogado), casado com Daniela.
A família para nosso personagem é o que há de mais sagrado. Seus princípios condizem com os da família tradicional. É católico praticamente e participa dos movimentos religiosos junto com sua esposa, Sônia.
Advogado criminalista de fama, recebeu em seu escritório, vários estagiários como: Olímpio Neves, Celso Gerônimo, Carlos Roberto da Silveira, seu filho e seguidor, Négis, dotado do mesmo talento e dom da oratória, entre outros, tornaram-se seus grandes amigos e admiradores.
Orador consagrado pronunciou inúmeros discursos em nome da comunidade, clubes de serviços, entidades.
Como criminalista teve o prazer de atuar na defesa ou na acusação em muitos júris, em Minas e no Brasil, ao lado de outros